Após o fatídico 7 a 1 que a Seleção Brasileira sofreu para a Alemanha na Copa do Mundo, o que mais se falou foi sobre a falta de planejamento e a desorganização que vive o futebol nacional. Infelizmente, alguns fatores apresentados pelo esporte mais praticado no país ocorrem também no voleibol, até então considerada a modalidade mais ‘estruturada’ e ‘organizada’ do território verde e amarelo.
A crise criada dentro da Confederação Brasileira de Vôlei, após a divulgação do Dossiê da ESPN foi só a ponta do iceberg, sendo que as constantes reclamações de jogadores sobre calendário e instabilidade de clubes continuam. Nas últimas semanas, o ponteiro Murilo mostrou coragem ao indagar nas redes sociais o que foi feito sobre as auditorias na entidade, mais a resposta foi no mínimo vaga. Aliás, o que não falta nas pessoas que controlam o esporte brasileiro é deixar os outros sem resposta, ou seja, sem a transparência necessária que evitaria qualquer tipo de dúvida sobre as gestões.
Enquanto a CBV busca uma renovação com a chegada de pessoas que vivem o voleibol e que, aos poucos, começam a colocar suas opiniões em prática, o que se vê é o retrocesso de alguns clubes. No inicio da Superliga, a diretoria do São José dos Campos surpreendeu a todos com a demissão de Reinaldo Bacilieri, que estava no projeto desde o começo. Se a questão era contar com uma pessoa mais experiente em Superligas no comando do time, porque não fazer isso antes da competição, o que daria tempo tanto para quem chega quando para quem sai de se preparar. Isso é o futebol ensinado da maneira errada com as constantes trocas de treinadores sem planejamento.
Como editor do Espaço do Vôlei vi o Reinaldo Bacilieri fazer de tudo para divulgar São José dos Campos, em tempos que a equipe estava na Liga Nacional e engatinhava para buscar um lugar na elite nacional. Como ele, posso citar vários profissionais que se envolvem com afinco a projetos, fazendo com que esses acabem virando suas vidas. Não estou aqui fazendo lobby para o treinador, mas tenho receio que a política de resultados imediatos possa prejudicar o voleibol brasileiro, que hoje se sustenta devido a qualidade de treinadores e jogadores.
“Lamento minha saída pela história e identificação que tenho com a cidade e com a torcida, que foi construída principalmente com muita verdade nos olhos e dedicação, e que será lembrada por mim sempre com muito carinho e respeito pelas pessoas que nos acompanharam durante todos estes anos (...) Fica claro, a frustração de não poder dar continuidade ao que começamos neste novo ciclo, não se tratou de uma situação natural especialmente do voleibol, mas que não tenho dúvidas, seria e ainda pode ser, tão vitorioso quanto os cíclos anteriores, e que agora só me cabe desejar boa sorte ao grupo de atletas, que se mostrou sempre tão bravo no enfrentamento das dificuldades ao longo da temporada, e novamente mostra sua qualidade, chegando a conquista de dois títulos em três competições disputadas neste ano, que sempre mostrou-se focado no alcance das metas estabelecidas e que tem tudo para naturalmente, conforme havia sido planejado, desenvolver uma Superliga com boa regularidade e chegar a um resultado expressivo”, disse Reinaldo Bacilieri.
foto: Divulgação
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