Depois do central Riad expor a situação envolvendo o não pagamento de salários referentes ao período que atuou no Corinthians-Guarulhos, comissão técnica e ex-jogadores do Caramuru Vôlei resolveram divulgar uma nota de repúdio diante da falta do recebimento dos valores acertados na temporada 2018/2019. Confira abaixo a nota na integra.
Fui atleta e membro da comissão técnica da Associação Caramuru Vôlei na temporada 2018/2019. A Superliga e a temporada acabaram sem que eu recebesse meus salários.
Ao final de toda a temporada, nós, atletas, comissão técnica e clube, tentamos firmar um acordo pacífico e legal entre as partes, num denominado termo de confissão de dívida, pois as dívidas chegaram na média de CINCO meses de salário para cada integrante (aproximadamente 50% de todo o contrato), alguns mais, alguns menos. Porém, ao entrar em contato com todos os integrantes do elenco, percebemos que o documento de alguns foi assinado e o de outros não. Os representantes do clube simplesmente sumiram, não retornaram mais os e-mails e não sabemos o que vai acontecer.
Estamos aqui para demonstrar nossa indignação perante tudo o que aconteceu, uma vez que cumprimos com muito profissionalismo todas as nossas obrigações como atletas e comissão, levando o nome do clube durante toda a temporada, permitindo à Associação negociar e receber todos os valores e verbas de patrocínio. Por tudo isso, decidimos exercer nossos direitos e não assinar o termo de regularidade financeira de CBV, um termo que todos os clubes devem entregar com a assinatura de todos os atletas e comissão técnica, para poder confirmar a participação na Superliga A 2019/2020 ou Superliga B 2019/2020.
Passaram-se os prazos para a entrega desse documento, causando desistência da equipe em participar da Superliga B, pois havia sido rebaixada.
Acontece que, essa semana, foi confirmada a inscrição da Associação Caramuru Vôlei na Superliga C e, agora, fica uma dúvida do que irá acontecer com todos esses débitos que se encontram atrasados, pois até o momento, somos os únicos prejudicados.
Sendo assim, a CBV é o único órgão que poderia condenar e coibir essa prática de forçar a equipe a cumprir o pagamento dos atletas, sob pena de negar a inscrição da equipe devedora em qualquer competição organizada por ela, e assim colaborar com a evolução e o profissionalismo no voleibol nacional
A nota de repúdio é assinada por Victor Hilllmann Despindola, que assumiu como treinador da equipe em meio a Superliga 2018/2019.
A diretoria do Caramuru Vôlei, através do coordenador geral da equipe, Fábio Sampaio, garante que o clube está em busca da iniciativa privada e em um médio espaço de tempo terá uma solução para todos esses problemas. Além disso, a decisão de jogar a Superliga C está vinculado a ter um produto para arrecadar fundos e quitar também essas dívidas.
"A nota é verdadeira, nós respeitamos os direitos dos atletas e somos testemunha da entrega deles, do profissionalismo enquanto estiveram no Caramuru e do direito que eles têm de receber por isso (...) O Caramuru reforça sua responsabilidade em pagá-los, reforça sua honestidade, sua luta diária e o respeito por todos esses colaboradores que aqui estiveram. Evidente que não vamos conseguir fazer isso da noite por dia, precisaremos de tempo”, declarou Fábio Sampaio em entrevista ao Net Esporte Clube.
foto: José Tramontin/Caramuru Vôlei
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